Novo camisa 22 revela detalhes da negociação com o time italiano, e vice-presidente diz ter recebido proposta superior a € 100 milhões em 2009
Um dos grandes responsáveis por trazer Kaká de volta para o Milan, o vice-presidente do clube, Adriano Galliani, arrancou risadas entre os jornalistas ao falar do pai do meia. Durante a apresentação do novo camisa 22, nesta quinta-feira, Galliani falou sobre a forma de Bosco Leite fazer contas, e fez com que Kaká tivesse que defender o pai.
- O pai de Kaká é engenheiro e, por isso, raciocina como um engenheiro e faz seus cálculos como tal - afirmou Galliani, referindo-se à difícil negociação quanto ao salário de Kaká entre o Milan e Bosco Leite.
- O meu pai, como todos os pais, quer o melhor para seu filho. E foi isso ele que ele fez. As negociações iniciaram às 17h (de Madri), eu fiquei em casa e o meu pai se reuniu com o Galliani. Só à meia-noite é que meu pai voltou para casa e disse: "Filho, os números são estes, agora a decisão é sua". Eu pedi algum tempo, fui conversar com a Caroline, minha esposa, e decidimos juntos que seria o momento ideal para voltar. Eu também pedi ao meu pai a opinião dele, e ele concordou. Às 2h30m, tentei ligar cinco vezes para o Galliani, e ele não atendeu (comentou entre risos). Fiquei preocupado, liguei para o amigo (a expressão amigo voltou a provocar gargalhadas na sala de imprensa) que estava com ele, que me disse que ele já estava dormindo e que só o acordaria se a minha resposta fosse positiva - revelou Kaká.
''Eu pedi algum tempo, fui conversar com a Caroline, minha esposa, e decidimos juntos que seria o momento ideal para voltar. Eu também pedi ao meu pai a opinião dele, e ele concordou" - Kaká
Galliani, então, completou a brincadeira.
- Eram 2h35m da manhã mais precisamente (risos). Eu disse ao senhor Bosco que estava confiante de que veria ele e Kaká juntos novamente no aeroporto para voltar a Milão e isso aconteceu - disse Galliani, que explicou pouco antes que, quando viajou para Madri no domingo, não tinha nenhum contato com o Real Madrid e todas as negociações se resolveram no mesmo dia, graças à relação amigável que existe entre os dois clubes e com Kaká.
Kaká mais valioso que Bale
No início da coletiva de apresentação do camisa 22, Adriano Galliani explicou que, em 2009, não foi Kaká quem pediu para sair do Milan, e sim o clube que decidiu vender o jogador, após um forte assédio do Real Madrid - e depois de recusar uma oferta superior a € 100 milhões (R$ 309,1 milhões atualmente), na metade da temporada.
- Em janeiro de 2009 recebemos uma proposta pelo Kaká superior ao valor pago por Bale hoje, mas recusamos porque queríamos manter Kaká - revelou, referindo-se à uma provável oferta do Manchester City.
- Em todas as janelas de mercado temos tentado trazer Kaká de volta, mas não foi possível. Dessa vez, finalmente conseguimos, e devemos à boa vontade do jogador, que fez um sacrifício econômico muito grande - declarou, referindo-se à redução do salário do meia de € 10 milhões (R$ 30,9 milhões) para cerca de € 4 milhões (R$ 12,3 milhões) anuais.
Apesar do Real Madrid ter contratado Carlo Ancelotti, treinador que lançou Kaká na elite do futebol mundial, o meia explicou que com o técnico italiano as chances seriam ainda menores do que com Mourinho.
Kaká afirmou que não se arrepende de ter jogado no Real, embora tenha perdido um pouco da motivação na carreira durante o tempo que passou no Santiago Bernabéu.
- É um grande clube, e fico muito contente por ter feito parte da história desse gigante mundial do futebol, mesmo que, no fundo, não tivesse sido como eu queria. Não teria gostado de pensar no futuro que tive a oportunidade de jogar em um clube como o Real Madrid e não fui. Mas, honestamente, pela situação que vivi no clube, perdi um pouco a vontade de jogar futebol e vim ao Milan para recuperar essa vontade e motivação - concluiu.
Fonte: Globo Esporte
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