Kaká ainda tem muita bola pra jogar

O Brasil vem evoluindo em diversos aspectos, o que me faz muito otimista quanto ao momento do nosso país. Um problema, no entanto (como muitos outros), ainda persiste e precisa ser vencido: não temos memória. Não apreciamos a memória. Só existe o hoje. Infelizmente.

No futebol então é uma loucura. O que aconteceu há duas semanas não tem mais qualquer valor. Só interessa o desempenho do jogo mais recente. Ou o que é dito a respeito deste.

Nos últimos tempos virou mania falar de Kaká – com desrespeito e desdém. Vejo diariamente muita gente falando de Kaká como se fosse um jogador comum ou pior: como se fosse um jogador do passado, acabado, usado, inútil, pronto para ser descartado.

É muita injustiça. É muito imediatismo.

Realmente a temporada é de extrema dificuldade, a Copa do Mundo (no sacrifício) foi bem abaixo do esperado e as boas atuações ficaram raras. Lesões e dores. Departamento médico. E o torcedor não gosta de explicações e lamentos. Gosta de gols.

Ok, ninguém precisa ficar “babando” por Kaká, ninguém precisa elogiar cada dia que ele passa fora de campo. Mas é preciso respeitar esse grande atleta. Mais ainda: é bastante razoável acreditar que ele ainda tem muito a contribuir com o futebol internacional.

Hoje, em mais uma volta, diante do Tottenham, vimos um Kaká ainda lento, ainda precisando de ritmo. Mas, em um lance, pudemos nos lembrar do craque, do jogador brilhante que já foi eleito o melhor do mundo e o melhor da Copa das Confederações.

Ninguém desaprende a jogar bola. Ninguém se esquece de seu talento.

Fiquei feliz em ver o belíssimo passe para o gol de Cristiano. Fiquei feliz em ver Kaká de volta aos  campos. Fico feliz em imaginar de novo o craque com a camisa da seleção, em grande forma - agora como o mais experiente, o líder do grupo.

É preciso respeitar o Kaká.

Eu já vi este grande jogador decidindo partidas e títulos e me arriscaria a dizer: não duvidem dele. O sujeito ainda tem muita lenha pra queimar. Ainda tem muita bola pra jogar. Que assim seja.

Fonte: Kaká e Carol World